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2 de maio de 2011

Coligações 

A pedido do semanário Sol redigi o seguinte roteiro imaginário de coligações a seguir às próximas eleições. Respondo também à questão de saber se Sócrates e Passos Coelho poderiam coabitar numa coligação.
1. Se nenhum partido obtiver maioria absoluta (hipótese neste momento quase certa), impor-se-á um governo de coligação, visto que o PR já anunciou que quer um governo maioritário e há uma “onda” nesse sentido. Naturalmente é preciso que a coligação tenha um mínimo de coerência política e de governabilidade, pelo que em princípio não deverá incluir mais do que dois partidos.
2. Se for o PSD a ganhar e fizer maioria com o CDS, com quem já tem um acordo pré-eleitoral, essa será naturalmente a coligação de Governo, não fazendo nenhum sentido incluir o PS na mesma.
3. Se o PSD ganhar, mas sem fazer maioria com o CDS, a hipótese mais normal será aquele tentar uma coligação com o PS, desta vez sem necessidade de incluir o CDS. A única alternativa do PSD seria uma coligação com os partidos da extrema-esquerda (com quem aliás se aliou para derrubar o Governo…)
4. Caso seja o PS a ganhar as eleições, poderá teoricamente fazer maioria com os partidos da extrema-esquerda (mas com quem não se afigura provável estabelecer uma coligação), com o CDS, ou seguramente com o PSD. Se os resultados eleitorais só permitirem uma maioria com o PSD, será esta a única hipótese de coligação em aberto.
5. Qualquer que seja a coligação a constituir (sendo todas altamente conflituosas, salvo talvez a primeira), é evidente que ela pressuporá a negociação interpartidária de um programa de governo conjunto e da equipa ministerial, que será repartida tendo em conta o peso eleitoral de cada partido na coligação.
6. O normal num governo de coligação é que ele seja integrado pelos líderes dos partidos coligados à frente do Governo, até para reforçarem a autoridade do Governo e o compromisso dos seus partidos com a coligação, como de resto tem sucedido sempre entre nós (e já tivemos meia dúzia de governos de coligação), a não ser que decidam outra coisa.
7. Uma coligação governamental é uma questão de necessidade e de interesse mútuo, não de capricho ou afeição; os membros de um governo de coligação (ou de outro, aliás) não têm de ser amigos, basta serem solidários e leais ao Governo comum. O veto pessoal de Passos Coelho a Sócrates só revela sectarismo e imaturidade politica. O que não se diria se Sócrates reciprocasse!...

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